Portela

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, popularmente chamada apenas de “Portela”, pode ser considerada uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro. Sendo carinhosamente chamada por muitos carnavalescos de “A Majestade do Samba”. A agremiação foi criada originalmente como um bloco de rua, intitulado Conjunto Oswaldo Cruz, no dia 11 de abril de 1923, no bairro de Oswaldo Cruz.

Historicamente, a escolha do nome não foi pacífica, sofrendo por duas vezes alterações, vindo a se chamar “Quem Nos Faz É O Capricho” e “Vai Como Pode” até ser fixado oficialmente até assumir definitivamente a denominação Portela, em meados da década de 1930. Desde o início de suas apresentações a Portela ganhou destaque no carnaval carioca, juntamente com as gigantes Mangueira e Beija-Flor.

Simbologia

Como já mencionado, a Portela foi criada inicialmente como “Conjunto Carnavalesco de Oswaldo Cruz” em 1923; depois seu nome foi alterado para “Quem nos faz é o capricho” em 1930 e “Vai Como Pode” no ano de 1931 até que recebeu seu nome atual em 1 de maio de 1935.

Aa cores da Portela são o azul e o branco, escolhidos por Antônio Caetano em referência às cores do manto de Nossa Senhora da Conceição, considerada padroeira da escola.

O símbolo escolhido pela agremiação é a águia. Inicialmente, a ave escolhida por Caetano teria sido um condor, por sua conhecida imponência. Porém, as pessoas teriam entendido o desenho como a representação de uma águia, sendo então, a ave adotada como símbolo da escola.

A primeira bandeira escolhida pela escola foi desenhada por Heitor dos Prazeres em 1929, quando a escola ainda possuía o nome de “Quem nos faz é o capricho”. A bandeira consistia em um retângulo azul, com um globo rosa no centro, e ao lado esquerdo, o desenho de uma meia-lua cor de palha de seda.

A bandeira definitiva da Portela foi desenhada em 1931 sendo inspirada na Bandeira do Sol Nascente. A bandeira possui 24 raios de cores intercaladas, sendo 12 azul-escuros e 12 brancos, partindo de um círculo azul, localizado próximo ao canto superior direito, em direção às extremidades do pavilhão, que tem forma retangular. Em cima do círculo, em destaque encontra-se o desenho de uma águia de asas abertas. A águia carrega uma fita com a inscrição do nome da escola.

Temas

1960 foi uma década muito marcante para a Escola vindo a conquistar três carnavais, totalizando 18 campeonatos. Em 1962, estreando o belíssimo enredo “Rugendas ou Viagens Pitorescas pelo Brasil” a Portela surpreendeu a todos com a exuberância de seus carros, dentro de suas alegorias, a escola trouxe um carro que levava uma junta de bois e uma pia colonial, decorada com ladrilhos portugueses. Além disso, pela primeira vez na história, houve a junção de sambas, contendo um elevado número de compositores, coisa incomum para a época.

A Portela seguiu seus anos dourados conquistando mais um título no ano de 1964, com “O Segundo Casamento de D. Pedro II” e em 1966, com “Memórias de um Sargento de Milícias”.

Já no primeiro carnaval da década de 1970, a agremiação conseguiu conquistar o campeonato com o enredo “Lendas e Mistérios da Amazônia”, que acabaria virando uma lenda do carnaval do Rio de Janeiro.

No ano de 2004 a agremiação reeditou o samba-enredo de sucesso, levando ao desfile novamente o enredo “Lendas e Mistérios da Amazônia”.

Já no ano de 2013, a agremiação fez grande homenagem aos 400 anos do bairro de Madureira, bairro em que está sediada a Portela, ao apresentar no Carnaval o samba-enredo “Madureira… Onde o Meu Coração se Deixou Levar”, homenageando também, os setenta anos do grande cantor portelense Paulinho da Viola e os noventa anos da própria Portela. Enredo este que emocionou a todos os amantes de Carnaval, sendo um espetáculo.

Seguindo o ritmo das grandes homenagens, em 2015 a Portela desfilou com o samba-enredo “ImagináRIO, 450 Janeiros de Uma Cidade Surreal”, prestigiando a cidade do Rio de Janeiro, que completava 450 anos de fundação. Emocionando a todos os presentes, ao iniciar o desfile a escola já encantou a todos, com quatro paraquedistas sobrevoando o sambódromo com o nome da escola estampados em seus paraquedas.

Personagens

A gigante Portela foi responsável por apresentar ao mundo sambas-enredos e desfiles deslumbrantes, mas além disso, apresentou ao mundo diversos ícones do samba. Dentre os grandes nomes da escola podemos mencionar:

Paulo César Batista de Faria, também chamado de Paulinho da Viola, nascido em 1942, grande cantor e compositor de samba e choro brasileiro, conhecido por suas harmonias sofisticadas e sua voz suave e gentil. Paulinho é baluarte da Portela. Sendo autor de ritmos famosos como “Sinal Fechado” e “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, sucesso no Carnaval da Portela.

Outro grande nome da agremiação é Hildmar Diniz, popularmente chamado de o Monarco, foi um cantor e compositor brasileiro. Baluarte e presidente de honra da Portela. Sendo um consagrado discípulo de Paulo da Portela.

Ainda menino, mudou-se para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela. A partir de então, passou a ter contato com os sambistas da escola e começou a compor sambas. Chegando em 1950, com apenas 17 anos, à Ala de Compositores da escola.

Autor de canções famosas como “Glórias do Samba”, “O Quitandeiro” e “Lenço”.

Uma figura icônica do Carnaval da Portela é Natalino José do Nacimento, o seu Natal da Portela, nascido na cidade de Queluz, no interior paulista mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro. Desde muito jovem, Natalino sempre teve uma forte atuação na quadra de samba da agremiação, uma vez que a escola foi fundada na casa de seu pai.

Mais tarde começou a trabalhar na Central do Brasil, onde viria a sofrer um grave acidente e ter o braço direito amputado. Mesmo com trágico acidente Natalino não abandou sua paixão pelo samba e pelos desfiles de carnaval, transformando-se em bicheiro e passando a patrocinar a Portela.

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