Beija–Flor

O Grêmio Recreativo e Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, foi criado em 1948. Ficando conhecido naquele momento como Bloco Beija-flor, sendo criado por diversos nomes do samba, como Dona Eulália, Edinho Ferro-Velho, Hamilton Floriano, Helles Ferreira da Silva, José Fernandes da Silva e Negão da Cuíca. A vontade de criar o bloco carnavalesco surgiu na comemoração da noite de natal no centro de Nilópolis, visando sanar a falta que o encerramento da atuação dos blocos dos Teixeiras e Irineu Perna-de-Pau causou na população.


No ano de 1953, através da atuação do Cabana, grande compositor que residia em Nilópolis, iniciaram-se os estudos para alterar o bloco para escola de samba, inscrevendo-se na Confederação Brasileira de Escolas de Samba visando sua participação nas apresentações do segundo grupo de desfiles do Rio de Janeiro, vindo a escola a obter a primeira colocação.

Nome, Cores, Símbolos, Bateria

Ao contrário da ideia unanime da criação da agremiação, a definição do nome da escola não foi escolha tão pacífica. Dentre as diversas opções, chegaram a sugerir o nome “Flor do Abacate”. Após muita discussão, foi sugerido o nome Beija-Flor por Dona Eulália, mãe do famoso Negão da Cuíca, sendo prontamente atendida. O nome teria sido escolhido em razão do Rancho Beija-Flor, que existia na Região serrana do Rio.

O símbolo da escola, como seu próprio nome indica é o Beija – Flor.

Há diversas versões quanto a definição das cores azul e branco. A mais conhecida delas diz que as cores seriam em homenagem à Nilópolis, que adotava essas cores em seu pavilhão desde a sua emancipação, ocorrida em 1947.

A bandeira é composta por dezesseis raios nas cores da escola, de forma intercalada, sendo oito de cada cor, partindo de um círculo ao centro de cor branca em direção às extremidades da bandeira. Dentro do círculo central está o logo da agremiação, em cor azul. O desenho da bandeira apresenta um beija-flor, o maior símbolo da escola, beijando uma flor, a gravura do nome da escola e estrelas azuis na proporcionalidade de títulos de primeiro lugar ganhos pela escola. Logo abaixo, consta o ano de utilização da bandeira.


Com o decorrer dos anos a cor utilizada no pavilhão da escola foi sofrendo um escurecimento gradual. Até o desfile realizado no ano de 1995 era utilizada a cor azul claro. Depois desse ano, o tom de azul foi sendo alterado até que, em 2010, foi lançado o modelo em tons escuros, que é usado até hoje.

Sambas-enredo marcantes

Dona de desfiles marcantes, a Beija-flor de Nilópolis sempre surpreende os carnavalescos com suas escolhas de sambas-enredos, famosa por abordar temas impactantes para a nossa sociedade, levando todos a questionamentos e instigando o pensamento crítico. Dentre os seus desfiles mais famosos, podemos citar:

No ano de 1990, a escola desfilou com o samba “Todo Mundo nasceu Nu”, realizando um grande ato contra o regulamento carnavalesco que vedava a nudez frontal, samba enredo polêmico que lhe concedeu o vice-campeonato naquele ano.

Já no ano de 2010, a escola criou um brilhante samba-enredo homenageando os 50 anos de Brasília, enaltecendo os nomes famosos de nossa história, bem como as belezas naturais de Brasília, infelizmente, o enredo acabou sendo ofuscado pelos escândalos políticos que estavam acontecendo no Distrito Federal, durante os anos de 2009 e o início de 2010.

Em 2015, a Beija-Flor desfilou e encantou com o enredo “Um griô conta a história: Um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, que abordou a cultura e história da encantadora Guiné Equatorial. Tema essa tão importante e sempre lembrado pela escola, nesse ano, a comissão de frente com guerreiros que traziam escudos que se tornavam rostos com feições em movimento foi o grande destaque da escola. Que veio a alcançar o título de campeã do Carnaval da Cidade Maravilhosa.

No ano 2022, a agremiação desfilou com o famoso samba-enredo “Empretecer o Pensamento é Ouvir a Voz da Beija-Flor” que abordava de forma emocionante a luta contra o racismo no Brasil e no mundo. A composição foi realizada em grupo e assinada por Jorge Velloso, Léo do Piso, Beto Nega, Júlio Assis, Manolo e Diego Rosa.
Extremamente atual, a proposta da escola nilopolitana era explorar as atitudes racistas do cotidiano, que normalmente passam despercebidas pelas pessoas.

Personalidades Marcantes

Graças aos seus longos anos de desfile, a escola possui grandes nomes marcantes, como:

João Clemente Jorge Trinta, também chamado de Joãosinho Trinta, considerado o divisor de águas da escola. Responsável por criar sambas-enredo ousados e luxuosos que concederam à agremiação de Nilópolis os títulos dos anos de 1976 a 1978, 1980 e 1983, além de vários vice-campeonatos. Sua marca registrada era o luxo e a riqueza na avenida, sendo muitas vezes duramente criticado por isso.


O Carnavalesco também foi autor de desfiles polêmicos, como o de 1989, “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia” gerando grande desconforto com a Igreja Católica ao idealizar um desfile em que continha uma imagem do Cristo Redentor vestido como mendigo. A alegoria foi claramente censurada e teve que passar pela Marquês de Sapucaí oculta.

Outro nome que ficou famoso na escola é Aniz Abraão David, nascido no Rio de Janeiro em 7 de junho de 1937, é um bicheiro e presidente de honra da escola.
Anísio é de uma família tradicional e muito influente do bairro de Nilópolis, tendo grande importância na política local, já tendo seus irmãos e sobrinhos sido eleitos como vereadores, deputados e prefeitos da região.
Infelizmente, Anísio foi um dos bicheiros presos na Operação Hurricane, realizada em 2007 pela Polícia Federal, acusado de ter ameaçado jurados para que dessem o título à sua escola agremiação

Não podemos também nos esquecer de Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes, nascido em Luiz Antônio Feliciano Marcondes no dia 29 de junho de 1949, grande nome do samba brasileiro, puxador de samba, intérprete musical, cantor e compositor. Sendo ele o intérprete oficial da escola desde 1976. Possui grandes músicas de sucesso, como “O Campeão (Meu Time)”, “Ângela” e a música-tema da “Globeleza”. Sendo o criador do famoso bordão “Olha a Beija-Flor aí, gente!”

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