São Clemente

O Grêmio Recreativo Escola de Samba São Clemente, mais conhecido como apenas São Clemente, é uma das mais tradicionais escolas do samba carioca, criada na cidade do Rio de Janeiro, tem dentre de seus fundadores Ivo da Rocha Gomes, João Marinho e Aílton Teixeira.


Inicialmente, como muitas das escolas cariocas, a São Clemente era um bloco, apenas m 1961, surgiu a ideia de transformar o bloco em uma escola de samba. Sendo determinada a realização de um desfile teste para verificação da possibilidade de transformação.


Os fundadores da São Clemente reuniram todos os blocos carnavalescos de Botafogo, com o intuito de criar uma escola de samba que unisse todas as agremiações do bairro. Mas a ideia foi recusada pelos grupos. Para elaborar o desfile, foi feito um mutirão com os próprios integrantes do bloco.


Após a criação da escola, já em 1962 a São Clemente estreou nos desfiles cariocas, na Avenida Rio Branco, desfilando no terceiro grupo.


Na sua criação a escola teve grande apoio da Unidos de Vila Isabel, sendo posteriormente considerada madrinha da São Clemente. Sendo Eurico Moreira, que aprovou a São Clemente em seu desfile-teste, e possibilitou que a agremiação dividisse o barracão com a São Clemente.

Bandeira da São Clemente

Como muitas escolas que surgiram através de blocos carnavalescos a São Clemente manteve o seu nome e as cores, preto e amarelo bloco de carnaval e do time de futebol que lhe deram origem. Muitas das composições da escola homenageiam as cores escolhidas pela agremiação, como os sambas de 2006 “Levanta a poeira, sou mais São Clemente / O preto e amarelo, orgulho da gente”, o samba-enredo de 2009 “Tira a máscara e revela / Veja que é preta e amarela / São cores de um grande amor” e também em 2016 “De preto e amarelo pintou meu amor! / Hoje tem São Clemente? Tem, sim senhor!”.

A bandeira, da escola possui dezesseis raios de cores intercaladas, sendo oito deles pretos e oito amarelos, partindo de duas circunferências concêntricas centrais, uma preta e outra amarela, em direção às laterais da bandeira. Na circunferência maior, estão representados: ao centro, o logo da escola; acima, a inscrição das letras “G.R.E.S.”, significando ‘Grêmio Recreativo Escola de Samba”; e abaixo, a inscrição do nome da escola.
O símbolo da escola é um pandeiro amarelo, com um desenho preto estilizado da Enseada de Botafogo, com a representação do Pão de Açúcar ao fundo. Durante anos, a representação da bandeira continha a imagem do Bondinho do Pão de Açúcar, com detalhes na cor verde. A partir do desfile do ano de 2014, o desenho cedeu lugar ao logotipo da escola. Passando então, a bandeira da escola a ser totalmente preta e amarela.

Sambas-enredos Marcantes:

A São Clemente é dona de sambas-enredos marcantes e de beleza inigualável, dentre os muitos desfiles da escola durante todos esses anos de apresentações, podemos listar:

Logo no início de sua trajetória a São clemente encantou a todos com o samba-enredo escolhido em 1971, “Beijo das três saudades”, baseado no poema do ilustre Olavo Bilac, desfile onde homenageou e exaltou a miscigenação dos povos, dando grande destaque as três raças criadoras do povo brasileiro, os índios nativos, os brancos portugueses e negros vindos da África. Um dos mais belos e significativos desfiles da escola carioca.

Já no ano de 1984, a São Clemente alcançou o primeiro grupo do carnaval carioca com o samba-enredo “Não Corra, Não Mate, Não Morra: O Diabo Está Solto no Asfalto”, onde abordou de forma enérgica o caos e a violência no trânsito das grandes cidades. A escola encantou e fez as arquibancadas vibrarem com a forma bem humorada de mostrar os perigos do trânsito.

Nos anos 2000, a escola desfilou com o samba-enredo “No ano 2000 a São Clemente é Tupi, com Sergipe na Sapucaí”, nesse ano, a escola homenageou e apresentou ao mundo as belezas culturais, históricas e naturais de Sergipe, trazendo figuras indígenas, folclóricas. De forma inédita, as escola fez parceria com o governo de Sergipe.

Em 2022 a escola de São Clemente homenageou o imortal Paulo Gustavo, humorista de grandes papéis, como a Dona Hermínia. O enredo intitulado “Minha vida é uma peça” conta a vida do humorista, desde a sua infância até sua marcante carreira artística. O desfile leva o público a imaginar como Paulo chegou ao Céu .

Integrantes históricos

São Clemente, dona de um dos elencos mais famosos dentre as escolas de samba carioca, como forma de reconhecimento e agradecimento aos seus participantes, a escola homenageou, no ano em que fez 60 anos de idade, nomes famosos como o carnavalesco Milton Cunha e os jornalistas Eugênio Leal e Alexandre Araujo, com o título de bemérito.

Milton Reis da Cunha Júnior, ou como normalmente é chamado, Milton Cunha, nascido em Belém, em 19 de março de 1962, é grande carnavalesco carioca, mestre de cerimônias e comentarista, considerado uma das figuras mais presentes nos ensaios da escola São clemente.


O carnavalesco iniciou a sua carreira na Beija-flor, onde ficou por três anos. Durante os seus anos na São Clemente foi dono de sambas empolgantes e divertidos como o samba-enredo de 2005 “Velho é a vovozinha: a São Clemente enrugadinha e gostosinha”, onde de forma cômica falou sobre a melhor idade.
Sempre que perguntado sobre a escola, dizia que a São Clemente para ele era sua família, local onde passava natais, aniversários, os melhores anos de sua vida.

Eugênio Leal, o jornalista possui grande relação com a São Clemente, tendo sido o responsável por comandar a ala de tamborins da agremiação de 2000 a 2007, além de ser diretor de comunicação da escola, de 1997 a 1998.
Sendo um dos autores da obra “As Primas Sapecas do Samba”, onde conta a história da São Clemente, além da Caprichosos de Pilares e da União da Ilha.

Outro famoso nome da escola é Alexandre Araujo, também jornalista, e um dos personagens mais conhecidos do samba carioca, sendo um dos autores dos hinos de 2003, 2005, 2009 e 2016.

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