Mocidade Independente de Padre Miguel

 Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Tem sua origem em um time de futebol amador chamado Independente Futebol Clube fundado em 02 de março de 1952, que usava camisas verdes e brancas em listras verticais.

Os jogadores do Independente Futebol Clube residiam no chamado IAPI de Padre Miguel (Atualmente conhecido como Conjunto Residencial Cardeal Dom Jaime Câmara). Utilizando as cores verde e branco o time ficou conhecido como “arroz com couve”, apelido herdado, posteriormente, pela futura escola de samba.

O time obteve sucesso em seus anos de existência, e a euforia dos jogadores e torcedores não se encerravam ao fim das partidas, sendo comum a reunião jogadores e sua torcida em uma roda de samba improvisada.

Essas comemorações ocorriam sempre no Ponto Chic, local que abriga até hoje bares e lojas de comércio em geral. A festa do time se perfazia em um verdadeiro bloco carnavalesco, com o técnico do time José Pereira da Silva (Mestre André) puxando o grito de guerra: “Oh, minha gente, acaba de chegar / O Independente saudando o povo do lugar / Não é marra não, nem é bafo de boca / O Independente chegou / Deixando a moçada com água na boca”.

Decorrido um ano da fundação do time, os integrantes do time de futebol decidem criar um bloco de carnaval, assim em 1953 é fundado o Bloco Carnavalesco Mocidade do Independente.

O bairro de origem do time se torna o tema principal do primeiro desfile que faz uma homenagem ao Bairro de Padre Miguel. O samba-enredo do primeiro desfile foi composto por Tião Marino, goleiro do Independente.

O antigo técnico do time se torna o mestre-sala do bloco e Ivan Bojudo, irmão de Ivo Lavadeira, um dos criadores do time de futebol, se torna o primeiro mestre de bateria.

Em 1955, dois anos após a fundação do Bloco, uma disputa apertada entre a Mocidade do Independente e a Unidos do Padre Miguel pelo título de melhor bloco da região leva a formação da Escola de Samba. Isso porque na hora de anunciar o bloco vencedor, o deputado Waldemar Vianna de Carvalho, que sabia e sentia a rivalidade e popularidade dos dois, anuncia o Unidos de Padre Miguel como melhor bloco e a Mocidade da Independente como melhor escola de samba da região.

Dessa forma, a Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel é oficialmente fundada no dia 10 de novembro de 1955, dentre os criadores da escola estavam Silvio Trindade, Ivo Lavadeira, José Pereira da Silva, Renato da Silva, Djalma Rosa, Olímpio Bonifácio, Orozimbo de Oliveira, Altamiro Menezes, Geraldo de Souza, Garibaldi Faria Lima.

Sylvio Trindade, famoso Tio Vivinho, foi o primeiro presidente da Agremiação. No mesmo ano de sua fundação a Escola desfila em seu bairro homenageando o deputado Waldemar Vianna.

Em 1957, a Agremiação participa pela primeira vez de um desfile oficial no Rio de Janeiro, com o Enredo “O Baile das Rosas”. Um ano depois em 1958, a Agremiação entra para a história ao realizar, pela primeira vez, a “paradinha da bateria”. Aos comandos de Mestre André, a bateria da a célebre “paradinha” em frente aos jurados, sem perder o ritmo fazendo com que a escola continuasse evoluindo.

Com este histórico desfile a Agremiação se torna campeã do grupo de acesso e garante sua vaga no grupo especial.

Já no ano de 1979, com o Carnavalesco Arlindo Rodrigues, a Mocidade conquista seu primeiro título com o enredo “O Descobrimento do Brasil”  que contava a história do encontro do descobridor com as terras brasileiras. Com esse título o saudoso Mestre André obteria seu único título, pois faleceria no ano seguinte, em 04 de novembro de 1980.

A escola voltaria a vencer no ano de 1985 com o Carnavalesco Fernando Pinto, apresentando o enredo “Ziriguidum 2001” que encenava um carnaval no século XXI.

Na década de 90, a escola chega ao seu ápice sob a direção de Renato Lage, conquistando três campeonatos (1990, 1991 e 1996), incluindo um bicampeonato (90 e 91).

No primeiro título dessa sequência a Agremiação desfilou contando sua própria história com “Vira virou, a Mocidade Chegou”, já em 1991 ano de seu bicampeonato a Escola de Samba fala sobre a água com “Chuê, Chuá… As Águas Vão Rolar).

Em 1996 a Mocidade volta a ganhar com o samba-enredo “Criador e Criatura” contando a relação entre o homem e deus, demonstrando que no princípio era o caos, o mundo incriado, assim Deus na sua grande e divina solidão cansou-se da desordem das coisas, e de estar sozinho, usou de seus poderes de criador e resolveu criar o mundo.

Posteriormente, 21 anos após a última conquista, com Alexandre Louzada como carnavalesco, a Escola ganha o desfile de 2017 ao dividir o título com a Portela. Com o samba-enredo “As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh” homenageando o Marrocos.

Cores, Símbolos

As cores verde e branco foram escolhidas em razão do Time de Futebol e do Bloco antecedentes a Escola de Samba.

A Mocidade tem como símbolo a famosa estrela de cinco pontas. Em razão disso, a escola também é apelidada de “estrela-guia da Zona Oeste”. Compõe ainda o símbolo as iniciais da Agremiação no núcleo da Estrela e o nome da agremiação em volta da do símbolo.

Sambas enredos

Sem dúvidas os sambas marcantes da escola são aqueles que garantiram o título a escola, tais como:

“Vira Virou, a Mocidade Chegou” – 1990 – Conta a história de origem da escola – Compositores – Jorginho Medeiros / Tiãozinho / Tôco

“Chuê, Chuá… As Águas Vão Rolar – 1991 – Explora a relação do homem com a água – Compositores – Jorginho Medeiros / Tiãozinho / Tôco

“As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh” – 2017 – Homenagem ao Marrocos – Compositores Altay Veloso / André Baiacu / Dadinho / Fábio Borges / Gustavo Clarão / J. Giovanni / Paulo César Feital / Thiago Meiners / Zé Gloria / Zé Paulo Sierra.

Personalidades

Mestre André,personagem histórico do samba carioca por suas inovações e seu desempenho na direção da bateria da Mocidade sendo uma das maiores personalidades da Escola.

Castor de Andrade,famoso bicheiro da cidade do Rio de Janeiro, foi patrono da Escola de Samba, sendo responsável por trazer de volta o carnavalesco Arlindo Rodrigues e garantir o título de 1979. Castor também ajudou a fundar em 1984 a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que comanda o Carnaval carioca desde então.

Curtiu? Compartilhe!

Fale conosco!