Unidos da Tijuca

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca, popularmente conhecido apenas como Unidos da Tijuca, pode ser considerado uma das agremiações mais antigas do samba brasileiro, criada no dia 31 de dezembro de 1931, na famosa rua São Miguel, 130, na casa 20, já nasceu ganhando seu primeiro campeonato com apenas 05 anos de existência no carnaval de 1936.

A agremiação surgiu da junção de quatro blocos que existiam nos morros da Formiga, da Casa Branca e da Ilha dos Velhacos. Dentre os fundadores encontram-se Alcides de Moraes, Bento Vasconcelos, Pacífico Vasconcelos, Jorge Vasconcelos, João de Almeida, Ely Chagas,Armando dos Santos, Turíbio dos Santos, Ismael de Moraes, Jacinto Ribeiro, Orlando Godinho, Doralice Caldeira, Waldemar Gargalhada, João Cascorão, Margarida Santos, José Mamede D´Ávila, Tarquínio Ramos, Álvaro, Regina Vasconcelos, Hilda Chagas, Hermínia Vasconcelos, Helena de Souza, Elza Gomes, dentre outros.

 A maioria dos fundadores e participantes trabalhavam em Fábricas, como a de Cigarros Souza Cruz, do Lanifício Alto da Boa Vista, a de Tecidos Maracanã, e a de Tecidos Covilhã.

A escola Unidos da Tijuca foi criada no Morro do Borel, bairro da Tijuca, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Nesta época viviam no local as famílias dos criadores da Agremiação, dentre eles, os Chagas, os Moraes, os Vasconcelos e os Santos. Agremiação honrou seu local de origem em diversos sambas-enredos, tais como “Canta Borel / A tua raça hoje é cor de mel” de 1993, “O meu paraíso, local mais perfeito não há / Faço do Borel a Shangri-lá” de 2005, “Cruzou o céu no limiar do infinito / O meu Borel visto de cima é mais bonito” de 2009 e “Sou do Borel da gente guerreira” samba-enredo de 2019.

Além disso, a Unidos da Tijuca mantém uma tradição de dar orgulho, possuindo dentre seus componentes, ritmistas, passistas, baianas e pessoal de apoio, pessoas de todas as classes sociais, culturais e econômicas da Cidade Maravilhosa.

A Agremiação também é reconhecida por ser a única representante da Colônia Portuguesa no carnaval da cidade carioca. Essa identificação fez a escola homenagear outro símbolo luso-brasileiro o Clube de Regatas Vasco da Gama, levando a Sapucaí em 1998 o enredo “De Gama a Vasco, a Epopéia da Tijuca”.

Apesar de seu inicio vitorioso, durante os anos de 1960 a 1980, a Agremiação passou por um longo período de ausência de títulos e de perda de força no carnaval carioca, desfilando por muito tempo no grupo dois do carnaval do Rio de Janeiro, sem conseguir subir. Apenas em 1980, se tornou campeã do Grupo 1B e retornou ao grupo de elite do carnaval carioca.

A partir de 2004 começa a redenção da Unidos da Tijuca, com a contratação do famoso carnavalesco Paulo Barros, que já na época despontava no grupo de acesso. Mesmo ano em que a Unidos da Tijuca surpreende e conquista o seu lugar entre as primeiras colocadas se tornando vice-campeã, apresentando após ano após ano carnavais mais inovadores.

No ano de 2005 a agremiação volta a ser vice-campeã, vindo a ganhar o Estandarte de Ouro de melhor escola. Entretanto, após um frustrante 6° Lugar em 2006, Paulo Barros se transfere a Viradouro.

Já em 2010, Paulo Barros a Agremiação volta para quebrar o jejum de 74 anos sem o título do Grupo Especial. Com o enredo “É segredo” a escola garante seu segundo título.

Dois anos após a Tijuca volta a ganhar o título homenageando Luiz Gonzaga, com o enredo “Rei do Baião”. E em 2014 volta a repetir o feito com o majestoso samba “Acelera, Tijuca!” que homenageava o imortal Ayrton Senna.

Simbologia

A escola sempre adotou como cores oficiais o amarelo-ouro e o azul. Diz-se que a opção pelas cores foi feita por Bento Vasconcelos, um dos criadores da escola, existindo duas histórias que indicam a escolha do azul e amarelo, uma delas indica que as cores foram adotadas por serem as utilizadas pela Grande Fábrica de Cigarros, Fumos e Rapé de Borel & Cia, situada no Morro do Borel, e usada para embalar seus produtos.

Uma outra teoria conta que na realidade a escolha seria em inspiração a Casa de Bragança, isso porque eram as cores utilizadas pela Corte Imperial e indicavam bom gosto nas vestimentas utilizadas.

No início, o símbolo da escola eram duas mãos entrelaçadas, com ramos ao redor, sendo um deles de café, homenageando o perídio em que o bairro da Tijuca era chamado de “área do café”, no Século XIX e o outro de fumo, novamente, em referência a uma fábrica de cigarros da localidade, além disso, continha a gravura das iniciais da escola. Depois do ano de 1984, a escola passou a adotar o pavão real como símbolo.

Enredos

De Gama a Vasco a Epopéia da Tijuca – Mesmo com o rebaixamento da agremiação no ano deste enredo (1998), é inegável que esse samba-enredo é marcante na história da Escola. Composição de Adalto Magalha, Adilson Gavião, Serginho Do Porto  e Márcio Paiva.

É segredo! – Samba-enredo responsável por ajudar a quebrar um jejum de 74 anos e levar a Agremiação ao título em 2010, esse samba-enredo trouxe uma série de mistérios e perguntas enigmáticas capazes de encantar o público. Os compositores foram: Julio Alves, Marcelo e Totonho.

“Acelera, Tijuca!” – Samba-Enredo que reverenciou Ayrton Senna, explorando ainda o universo da velocidade e do automobilismo. O famoso samba-enredo foi composto por: Gustavinho Oliveira, Fadico, Caio Alves e Rafael dos Santos.

Grandes nomes

Dentre os inúmeros nomes importantes para a agremiação,Paulo Barros é sem dúvidas a maior personalidade na história da Agremiação, sendo responsável por três dos quatro títulos da Escola.

Fernando Horta, empresário português assumiu a Escola em 1992 em situação complicada e reestruturou a Agremiação, mudando inclusive sua sede para outro bairro, transformando a Escola em grande potência do Samba Carioca.

Tinga também pode ser lembrado por abrilhantar ainda mais os sambas da Unidos da Tijuca a partir de 2014.

Não podemos deixar de citar também a famosa cantora Lexa que foi coroada a rainha de bateria da Escola em 2022.

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