Império Serrano

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano é mais uma das maiores agremiações do samba brasileiro, ficando situada na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Originária do Morro da Serrinha. Sua fundação ocorreu em 23 de março de 1947, decorrente de um atrito entre os membros da escola de samba Prazer da Serrinha. Entre os seus ilustres fundadores encontram-se os nomes de Sebastião Molequinho, Mano Décio da Viola, Aniceto Menezes, Antônio dos Santos, Eulália do Nascimento e Elói Antero Dias.

O Império Serrano inovou em diversas áreas, sendo a primeira agremiação a ter uma mulher em sua ala de compositores: a famosa Dona Ivone Lara, autora do samba-enredo Os Cinco Bailes da História do Rio, samba-enredo elaborado para o desfile de 1965.

O Império não tem escola madrinha. São Jorge é conhecido como santo padroeiro da agremiação.

Nome, Cores, Símbolos, Bandeira

Não houve muita discussão quanto ao nome da agremiação, a denominação Império Serrano foi sugerida por Sebastião Molequinho, e aceito de forma unanime por todos presentes. O Serrano foi escolhido para referenciar o Morro da Serrinha, local onde nasceu a escola.

A escola possui como cores o verde e o branco. As cores foram escolhidas por Antenor Rodrigues de Oliveira.

O símbolo apresentado pela escola é a Coroa Imperial Brasileira.

A bandeira apresentada pelo Império Serrano foi criada por Mestre Caetano, inspirando-se na bandeira da grande escola Império da Tijuca. O desenho apresenta doze raios de cores intercaladas, sendo seis verdes e seis brancos, que partem de uma circunferência central, de cor verde, em direção às extremidades da bandeira. Dentro da circunferência, constam, em forma circular, as inscrições como o nome e o ano de fundação da escola.  No centro da circunferência, está gravado, em local de destaque o desenho da Coroa Imperial Brasileira.

Sambas enredo

A Império Serrano, escola com enorme bagagem história, fez história com belíssimos desfiles, dentre eles:

O enredo campeão de 1982 com a Império Serrano, “Bumbum Praticumbum Prugurundum” é uma composição de Beto Sem Braço e Aluízio Machado. A letra aborda as alegrias do carnaval, sua formação e evolução na avenida. Nítido tema carnavalesco que aborda a alegria em vivenciar o carnaval, as emoções trazidas por essa festa.

Em 2004 a escola reeditou o grande sucesso do samba-enredo “Aquarela Brasileira”. Nesse ano, a escola Império Serrano foi a quinta a desfilar na segunda-feira de carnaval daquele ano. A agremiação realizou uma apresentação animada, empolgando todos presentes na Sapucaí. Devido às dificuldades financeiras a escola desfilou com alegorias e fantasias simples e, algumas, com problemas de acabamento. A escola recebeu gritos de “campeã” durante toda a sua exibição, ficando classificada na nova posição.

Curiosidade é que o quando foi apresentado em 1964, o samba enredo não agradou os críticos, como na segunda apresentação.

No desfile de 2006 a agremiação desfilou com o enredo “O Império do Divino”, abordando as festas religiosas no Brasil, uma grande apresentação que mostrou as belezas e diferenças culturais brasileiras. O samba-enredo, composto por Aluízio Machado, Arlindo Cruz, Carlos Senna, Elmo Caetano e Maurição, ganhou máxima de todos os jurados e foi o mais premiado do ano, recebendo Estandarte de Ouro, Tamborim de Ouro e Troféu Apoteose.

Seguindo a esteira da diversidade e respeito, no desfile de 2007, o samba-enredo escolhido e aclamado foi “Ser Diferente é Normal: O Império Serrano Faz a Diferença no Carnaval”. O tema foi sugerido por uma ONG defensora dos portadores de Síndrome de Down, e prontamente acolhido pela escola.

O desfile apresentou e homenageou personalidades portadoras de deficiência como o físico Albert Einstein, a pintora Frida Kahlo, o escultor Aleijadinho, o compositor Noel Rosa, o artista plástico Arthur Bispo do Rosário, dentre outros. Apesar da beleza e emoção constantes do enredo, o samba não contagiou o público, nem os críticos. Sendo a escola rebaixada para a segunda divisão após ficar classificada na 12.ª, e penúltima, colocação do grupo especial.

Personalidades Marcantes

Gigante do carnaval do Rio de Janeiro, a Império Serrano, possui diversos expoentes, nomes famosos entre todos os amantes do carnaval, dentre eles podemos citar Sebastião Molequinho, Aniceto de Menezes e Silva Júnior.

Sebastião de Oliveira, mais conhecido como Sebastião Molequinho foi um compositor brasileiro e fundador da agremiação Império Serrano. Molequinho é irmão de Tia Eulália e Tia Maria do Jongo, duas grandes personagens da Serrinha. Na casa da família de Sebastião foi criada a primeira sede da Império Serrano. Tendo presidido o Império Serrano três vezes. E ganhado o Estandarte de Ouro de Personalidade no ano de 2007.

Aniceto de Menezes e Silva Júnior, o Aniceto do Império foi um dos idealizadores da agremiação Império Serrano, sendo o orador oficial da escola. Aniceto, como muitos carnavalescos da época, além de sambista, trabalhava no Cais do Porto, como estivador e líder do Sindicato dos Arrumadores. Aniceto sempre se reunia após o horário de trabalho com os outros sambistas, para cantar sambas e seus famosos versos de improviso, que eram admirados e comentados por todos os presentes.

Não podemos também nos esquecer de Elói Antero Dias, mais conhecido como Mano Elói, que nasceu em 2 de maio de 1888, na Cidade do Rio de Janeiro vindo a falecer em 10 de março de 1971, foi um cantor, multi-instrumentista, compositor de samba, pai de santo, camelô, estivador, dirigente de carnaval e líder sindical brasileiro. Das muitas faces do grande Elói, a que mais se destacou foi a do samba. Nome irreverente do samba, foi responsável por na década de 1930, fundar a escola de samba Deixa Malhar, no Baixo Tijuca, tendo também, ajudado a fundar a Prazer da Serrinha.

Já no ano de 1936, foi eleito o primeiro “Cidadão Samba” em um concurso promovido pela União Geral das Escolas de Samba do Brasil .

Foi também, um dos grandes responsáveis pela fundação juntamente com a família Oliveira, do Império Serrano, assinando sua ata de fundação, em 1947. Sua atuação não parou por aí, foi o responsável por doar os instrumentos da primeira bateria e teve a quadra da nova escola batizada com seu nome.

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